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    há 1 dia

    Adultização infantil e o papel da publicidade: até onde vai a responsabilidade das marcas?

    Nas últimas semanas de agosto, o debate sobre a adultização infantil ganhou força no Brasil. O vídeo publicado no YouTube pelo influencer Felca abriu espaço para uma discussão séria sobre como crianças e adolescentes têm sido expostos a situações que não pertencem à sua faixa etária, para criar conteúdo de entretenimento. 

      

    Esse fenômeno desperta preocupações legítimas: estamos acelerando o tempo da infância e encurtando a experiência de ser criança. Afinal, quais são os limites entre a infância, a influência digital e a publicidade? 

     

    O que é adultização infantil? 

      

    Segundo a juíza Paula Afoncina Barros Ramalho, em declaração ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, adultização infantil é “a exposição de crianças e adolescentes a responsabilidades, comportamentos, conteúdos e hábitos inapropriados para a idade, pois são típicos do modo de vida adulto”.

      

    Do YouTube às redes sociais, não faltam exemplos de crianças vestindo roupas, reproduzindo linguagens e comportamentos claramente associados ao universo adulto. Especialistas alertam que essa exposição precoce pode afetar a saúde mental, a autoestima e até a formação da identidade. O que poderia ser apenas “brincadeira de adulto” acaba moldando desejos, padrões de consumo e comportamentos cada vez mais cedo. 

     

    Onde entra a publicidade nesse cenário? 

      

    Não é de hoje que o público infantil desperta interesse comercial. Crianças influenciam as compras da família, moldam preferências e criam vínculos com marcas desde cedo. Justamente por isso, a publicidade infantil é regulada no Brasil pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ainda assim, existe uma linha tênue entre publicidade para e com crianças e adolescentes.

      

    Influenciadores mirins e consumo disfarçado 

      

    O cenário das redes sociais amplia ainda mais esse dilema. Uma investigação realizada pelo Aos Fatos, mostrou que ao menos 20 perfis de influenciadores mirins movimentam milhões de seguidores no Instagram e promovem produtos diretamente ao público infantil, muitas vezes sem deixar claro que se trata de publicidade. Importante ressaltar que essas práticas violam a legislação brasileira, que desde 2014 proíbe anúncios direcionados a crianças. 

      

    O problema não está apenas no ato de vender, mas na sutileza com que isso acontece: quando a recomendação vem de outra criança, ela se mistura com amizade, brincadeira e identificação, tornando o consumo ainda mais persuasivo. 

     

    O dilema da responsabilidade 

      

    É nesse ponto que surge o dilema da publicidade contemporânea: até que ponto marcas e criadores podem usar a imagem da criança sem ultrapassar a fronteira da exploração? A influência existe e é inegável, mas a responsabilidade deve andar junto. 

      

    A ausência de regulamentação clara para as redes sociais, somada à fiscalização limitada, cria uma espécie de “terra de ninguém”, onde a infância se torna palco de disputas por engajamento. E nesse palco, quem mais perde é justamente quem menos entende o jogo. 

       

    A adultização infantil é um problema cultural, social e midiático, mas a publicidade ocupa um papel central nesse debate. Marcas que escolhem valorizar a infância, em vez de acelerar sua passagem, contribuem para formar não apenas consumidores, mas cidadãos mais saudáveis e conscientes. 

      

    No fim, não se trata apenas de visibilidade, mas de garantir que essa visibilidade não doa, não explore e não roube o tempo da infância. 

     

    Fontes:

    https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2025/agosto/adultizacao-infantil-como-reconhecer-prevenir-e-proteger-criancas-e-adolescentes

    https://www.aosfatos.org/noticias/publicidade-infantil-ilegal-instagram/

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